Não tem outra maneira de começar essa matéria senão falando de como a Transformação Digital veio para fortalecer todas as estruturas de negócios que se preocupam em se desenvolver constantemente. Ao lado desse movimento que instiga maior organização e produtividade, também anda a valorização, humanização e respeito de cada indivíduo dentro dos processos desse negócio.

Isso tudo fez com que hábitos e práticas que se mantiveram por anos dentro das empresas, ganhassem uma nova roupagem, beneficiando o lado do empregador, colaborador e, indiretamente, do cliente que acaba sendo atendido melhor e mais rápido. Daí surgiu e se consolidou a Metodologia Ágil.

O que é a Metodologia Ágil

A metodologia ganhou espaço em 2001 e apesar de vir direto do universo dos desenvolvedores de software, pode e deve ser aplicada em outras áreas de uma empresa como administração da mesma e principalmente no gerenciamento de projetos, visando melhor aproveitamento do tempo e potencialidades dos colaboradores e suas ferramentas.

É uma maneira de gerenciar a partir de uma abordagem interativa e, diferentemente dos métodos utilizados tradicionalmente — nos quais todo o processo é documentado durante o planejamento —, na Metodologia Ágil são realizadas etapas curtas para planejar e desenvolver.

A partir dessa reorganização de processos, também foi sentida a necessidade de reorganizar os times, chegando então na formação de guilds, tribes, chapters e squads. Essa reorganização ficou mais conhecida a partir de 2012 quando o Spotify divulgou um documento compartilhando como funcionava seu time. 

Como funcionam os guilds, tribes, chapters e squads

Para que fique mais claro, antes das explicações do que são cada uma dessas estruturas, vamos deixar uma ilustração de como elas se organizam. Veja só:

Agora vamos a explicação de como é cada uma dessas células.

Squads

Os squads funcionam como uma espécie de time scrum e são como uma mini-startup, pois são formados por profissionais multidisciplinares e também podem tomar ações por si só em torno de suas tarefas e como executá-las. 

Esses pequenos times trabalham em torno de uma das etapas que compõem um grande projeto, onde outros squads estão à frente de outras etapas.

O grupo não tem oficialmente um líder, mas conta com o project owner que tem a responsabilidade de organizar as tarefas por ordem de prioridade, porém sem interferir em como elas serão executadas por seus colegas. Os projects owners de cada squad têm o encargo de se comunicarem sempre que preciso para manter a identidade e unicidade do que é preciso como resultado final.

Tribes

As tribes nada mais são do que a reunião dos squads dentro das subáreas do projeto final. Elas podem ser vistas como pequenas “incubadoras” dentro da empresa. Usando o exemplo do Spotify, cada uma delas seria responsável por uma parte da experiência do cliente, sendo uma focada no uso do player, outra na área de pagamento, outra na estrutura do site e assim por diante.

Normalmente os squads dentro de uma mesma tribe dividem o mesmo espaço físico. A quantidade de pessoas que vão compor esses grupos é apenas o necessário para cumprir com as tarefas, já para otimizar os resultados e evitar regras ou burocracias desnecessárias, considera-se o conceito de Número de Dunbar como referência. 

Chapters

Os Chapters são grupos transversais, ou seja, que trocam dados entre as tribes e unem profissionais com as mesmas habilidades. Por exemplo, todos os analistas de qualidade ou todos os desenvolvedores de software. Apesar de fazerem parte de diferentes squads, os integrantes dos chapters podem se reunir com frequência para trocar informações específicas e manter certa unidade no andamento dos projetos em cada squad.

Guilds

Os guilds são formações mais orgânicas desse modelo de organização de equipe. De início parecem confusas, mas têm a intenção de reunir os colaboradores que têm interesses em comum independente de qual squad, chapter ou tribe façam parte.

Qualquer assunto relacionado ao projeto final pode ser discutido e essa formação tem o poder de trazer troca de experiências e conhecimentos que, no fim, acabam influenciando positivamente tanto nas relações quanto ao resultado do trabalho.

Se organizar em equipes multidisciplinares é uma maneira bastante disruptiva quando pensamos nos modelos de gestão tradicionais, porém, num curto espaço de tempo, as empresas percebem o ganho de uma visão mais ampla sobre o negócio e o produto ou serviço desenvolvido.

Além dos inúmeros benefícios internos que essa formação traz, ela também reflete diretamente no valor agregado da marca, já que a integração de informações entre diversas áreas é capaz de gerar insights muito valiosos. Podemos listar algumas das vantagens da metodologia Squad, que são:

  • descentralização de dados e informações;
  • transparência no andamento dos processos;
  • aumento no nível de confiança entre setores, o que pode ser potencializado com uma matriz de responsabilidade;
  • constante evolução devido à rica troca de ideias;
  • otimização da experiência do cliente.

A Metodologia Ágil é uma forma inovadora de organizar métodos, processos e equipes dentro de um negócio. Cabe a cada gestor avaliar se é relevante para sua empresa e fazer as adaptações necessárias para que tudo funcione da melhor forma.

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